SOBRE O PROJETO

À VOLTA DO VALE DAS VOLTAS

O “À Volta do Vale das Voltas – Programa Integrado de Dinamização Intercultural das Terras de Santa Maria” consiste num conjunto de ações, programadas em rede para os seis concelhos das Terras de Santa Maria – Arouca, Espinho, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, S. João da Madeira e Vale de Cambra, que visam explorar todas as potencialidades da carga histórica e simbólica da Linha do Vouga.
Este programa integra as seguintes atividades:
  • 8 eventos, a decorrer nos concelhos das Terras de Santa Maria, com temáticas associadas ao lugar da Viagem, como Literatura, Imagens, Teatro, História e Futuro;
  • 6 exposições temporárias sobre a Linha do Vale do Vouga e que retratam a construção da linha, as suas particularidades, as profissões ferroviárias, os comboios, a inovação e o futuro daquela;
  • 2 exposições temporárias de fotografias e cartazes sobre a Linha do Vouga;
  • 1 livro comemorativo, para memória futura, com o enquadramento histórico da linha, um capítulo sobre as várias ações realizadas no decorrer do projeto, e uma última parte que procurará perspetivar algumas respostas à questão “Que futuro se deseja para a Linha do Vouga?”.

Bem Vindo a Bordo!

Use a linha cronológica para navegar pela história da Linha do Vouga

Construção da Linha

A construção da linha do Vale do Vouga começou a ser planeada em 1877, tendo como principal intenção ligar por comboio o distrito de Viseu e a linha do Norte.

Em julho de 1889 foi concedido o alvará de construção, fixando-se o percurso Espinho - Vouzela - Torredeita na linha de Santa Comba Dão. Esse projeto sofreu alterações com a inclusão de um ramal que ligava Sever do Vouga a Aveiro.

No início de novembro de 1908 estavam concluídos os trabalhos nos 33 km de linha entre Espinho e Oliveira de Azeméis, para a inauguração oficial da linha do Vale do Vouga, cerimónia que contou com a presença do Rei D. Manuel II.

Particularidades

As estações ferroviárias assumiram, durante a primeira metade do século XX, um papel fundamental nas localidades que se encontravam ligadas por caminho-de-ferro. Os jornais, o correio, as matérias-primas, os bens industriais e comerciais, entre outros eram transportados maioritariamente pelo comboio sendo recebidos em mão nas estações.

A azáfama nestes edifícios era constante, com picos de movimento à chegada e à partida dos comboios.

Para além desta multiplicidade de serviços, algumas estações serviam também de residência para o chefe e outro pessoal destacado. As condições disponíveis variavam em função da importância da estação na rede, sendo que no Vale do Vouga os edifícios podiam assumir diferentes tipologias: apeadeiro, estação de 2ª classe ou estação de 1ª classe.

Profissões Ferroviárias

Maquinista: agente habilitado a conduzir qualquer unidade motora.

Operador de revisão e venda ou Revisor: agente responsável pela venda e verificação dos títulos de transporte dos passageiros, este último dentro do comboio.

Chefe de estação: agente responsável pelo serviço de uma estação e segurança na circulação e manobras dos comboios. Esta categoria foi substituída pela de Controlador de circulação.

Guarda de passagem de nível: agente encarregue da abertura e encerramento da passagem de nível aos veículos e pessoas.

Agulheiro: agente encarregado da manobra de sinais ou de aparelhos de via (agulhas).

Comboios

Série CP E90 (91 a 97): as Decauville Aine e Orenstein & Koppel, locomotivas ligeiras e adaptadas para comboios de passageiros e composições curtas, funcionaram de 1910 à década de 90. Série CP E130 (131 a 133): a alemã Henschel & Sohn (1925) esteve em funcionamento na linha do Vouga praticamente toda a sua carreira. Série CP E120 (121 a 124): a Borsig, inaugurada em 1908, esteve em funcionamento até 1975. CP 200 (201 a 216): a Henschel & Sohn (1913-1923) foi a maior e mais potente série de locomotivas de via estreita adquirida por Portugal. Com a unificação das Companhias, em 1947, transferiram-se alguns exemplares para a linha do Vouga. Série CP 9301-9310: a N. V. Allan (1954) manteve-se ao serviço na linha do Vouga entre 1975 e 2002. Série CP 9000 (9001 a 9006): a Alsthom/SACM foi utilizada em 1958 e 1965 e, na linha do Vouga, desde a década de 1990. Em 2017, a linha recebeu um conjunto de três carruagens históricas que fazem viagens turísticas entre Aveiro e Macinhata do Vouga. Série CP 9401-26: a Duro Dakovic funcionou entre 1963 e 1969. Adquirida em 2ª mão pela CP em 1980, foi alvo de modernização e remotorização entre 1992/93. Na Linha do Vouga teve uma carreira curta. Série CP9630-9637: a Sorefame/CAF começou a ser utilizada em 1991, em Portugal e, em 2002, na linha do Vouga. É responsável pelo serviço realizado na linha do Vouga.

Inovação

As automotoras construídas nas oficinas do Vale do Vouga resultaram da visão do Engenheiro Melo Duque e do Chefe de Oficina Simão da Silva, funcionários da Companhia dos Caminhos de Ferro do Vale do Vouga, que trabalharam “às escondidas” num protótipo.

O projeto dos Auto-Rails nasceu do aproveitamento de elementos dos autocarros «Panhard», bem como de outros veículos da Companhia e peças especialmente adquiridas. Era seu objetivo o de racionalizar os custos da operação, de melhorar a sua competitividade através do aumento da velocidade e diminuir o tempo de percurso em alguns itinerários.

Estas automotoras tinham capacidade para 10 passageiros sentados em 1ª classe, 15 sentados em 3ª classe e 5 passageiros em pé.

Futuro

A reabilitação da Linha do Vouga está inserida no Programa Nacional de Investimentos (PNI2030) e conta com um valor de 34 milhões de euros, com intervenções faseadas até 2025.

Este investimento assume como objetivos principais, a requalificação da infraestrutura por forma a reduzir o tempo de percurso, e a potenciação de novos serviços entre Oliveira de Azeméis – Espinho e vice-versa, em interligação direta com o serviço de Suburbanos do Porto.

O plano de intervenções contempla a renovação da superestrutura de via, com a substituição integral do carril, travessas e fixações, da balastragem de via e ataque mecânico pesado, bem como a automatização das passagens de nível.
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